Pode-se
assim definir a deficiência múltipla, como um conjunto de duas ou mais
deficiências primárias associadas, quer seja de ordem física, sensorial
(audição e visual), mental, emocional ou de comportamento social. Essas
deficiências agregadas, acarretam consequências no desenvolvimento global do
indivíduo, comprometendo ou limitando também o sistema tátil (toque),
vestibular (equilíbrio), proprioceptivo (postura corporal), olfativo, gustativo,
cognitivo e motor, além da sua capacidade adaptativa.
Surdocegueira
é uma deficiência única, com graves perdas visual e auditiva combinadas, sendo
prevista uma forma específica de comunicação. Essa pessoa não recebe,
involuntariamente, as informações contidas à sua volta, necessitando sempre do
outro para mediar a sua compreensão daquilo que a assedia.
A visão e
a audição constituem as principais vias de acesso à comunicação e a aquisição
de uma boa qualidade de vida. Essa deficiência, cria limitação na interação com
os outros, diminuindo suas experiências sociais e comprometendo seu
desenvolvimento comportamental e emocional. É preciso propor estratégias que
possibilitem a interação no lazer, trabalho, família, vida social, etc...
Em ambas
situações, a deficiência pode ter origem congênita (pré-natal) ou adquirida
(perinatal ou pós-natal).
São
pessoas que necessitam de criterioso atendimento colaborativo, a fim de suprir
suas necessidades físicas e médicas (mobilidade, convulsões, deglutição...),
emocionais (afeto, atenção, interação...) e educativas (interpretação da
informação, acesso ao ambiente, adaptações, recursos...).
Vula
Maria Ikonomidis, Coordenadora Pedagógica da Ahimsa Associação Educacional para
Múltipla Deficiência, salienta que é “necessário organizar o mundo da pessoa
por meio do estabelecimento de rotinas claras e uma comunicação adequada. É
preciso desenvolver atividades de maneira multisensorial para garantir
aproveitamento de todos os sentidos e que sejam atividades que proporcionem uma
aprendizagem significativa com oportunidades de generalizar para outros
ambientes e pessoas (atividade funcional)”.
Em seu
cotidiano, a interação com o outro, dentro de uma sistematização específica, sempre
representará um importante papel para o seu desenvolvimento, proporcionando um
significativo ambiente, rico em aprendizagem e inserção com o meio ao qual faz
parte.